TRIAGEM VISUAL

OBJETIVO

Contribuir para a melhoria do processo ensino/ aprendizagem, a partir da prevenção, identificação e correção de problemas visuais em alunos avaliados.

DIRETRIZ

Capacitação/orientação dos educadores da rede de ensino participante para realizar triagem visual e, caso necessário, realizar encaminhamentos para consulta oftalmológica.


CRITÉRIOS DE ATENDIMENTO

Crianças em idade escolar. A triagem visual é realizada pela aplicação de um teste simples utilizando a escala de sinais de Snellen. Esta avaliação pode ser realizada por qualquer pessoa desde que adequadamente qualificada. Os casos de visão diminuída identificados na triagem serão encaminhados à consulta oftalmológica.

ACUIDADE VISUAL

A acuidade visual (AV) é o grau de aptidão do olho para identificar detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos.

TÉCNICA DA MEDIDA DA ACUIDADE VISUAL

A forma mais simples de diagnosticar a limitação da visão é medir a acuidade visual com a Escala de Sinais de Snellen. A escala utiliza sinais em forma de Letra E, organizados de maneira padronizada, de tamanhos progressivamente menores, chamados optotipos. Em cada linha, na lateral esquerda da tabela, existe um número decimal, que corresponde à medida da acuidade visual.

A pessoa apresenta visão normal quando, ao ser colocada, a uma distância de 5 (cinco) metros, em frente a uma Escala de Sinais de Snellen, consegue ler as menores letras que nela se encontram. Uma pessoa apresenta limitação da visão quando não enxerga uma ou mais letras da escala, demonstrando maior limitação quando não conseguir visualizar os símbolos de maior tamanho da escala.

PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DA TÉCNICA

  • Preparo do local: deve ser calmo, bem iluminado e sem ofuscamento. A luz deve vir por trás ou dos lados da pessoa que vai ser submetida ao teste. Deve-se evitar que a luz incida diretamente sobre a Escala de Sinais de Snellen;

  • A Escala de Sinais de Snellen deve ser colocada numa parede a uma distância de cinco metros da pessoa a ser examinada;

  • O profissional responsável pela triagem deve fazer uma marca no piso com giz ou fita adesiva, colocando a cadeira de exame de forma que as pernas traseiras desta coincidam com a linha demarcada;

  • Deve-se verificar, ainda, se as linhas de optotipos correspondentes 0,8 a 1,0 estão situadas ao nível dos olhos do examinado;

Em alguns casos em que o examinado apresente dificuldades em diferenciar qual optotipo está sendo apontado. Sugere-se que o profissional utilize um papel de cor única para cobrir os optotipos vizinhos.

MATERIAL A SER UTILIZADO PARA REALIZAR A TÉCNICA:

• Escala de Sinais de Snellen;
• Objeto para apontar os optotipos (lápis preto);
• Giz;

• Cartão oclusor;
• Cadeira (opcional);
• Metro ou fita métrica;
• Fita adesiva;
• Impresso para anotação dos resultados.

PREPARO PARA A APLICAÇÃO DO TESTE

A prontidão da resposta ao teste, por parte do examinado, depende da sua compreensão em relação às instruções recebidas. Por essa razão é conveniente que haja um adequado preparo coletivo ou individual, como:

• O profissional deve explicar e demonstrar o que vai fazer;
• Deve-se colocar a pessoa próxima à Escala de Sinais de Snellen e pedir-lhe que indique a direção para onde está voltado cada optotipo;
• O profissional deve ensinar o examinado a cobrir o olho sem comprimi-lo e lembrá-lo que, mesmo sob o oclusor, os dois olhos devem ficar abertos.

APLICAÇÃO DA TÉCNICA

A pessoa que usar óculos para longe deve mantê-los durante o teste. Os optotipos podem ser mostrados com um objeto que aponte. Para apontar o optotipo a ser visto, o profissional deve colocar o objeto em posição vertical passando-o em cima e repousando abaixo do optotipo. Mover com segurança e ritmicamente o objeto de um optotipo para outro.

A medida da acuidade visual sempre deve ser realizada primeiramente no olho direito, com o esquerdo devidamente coberto com o oclusor; o exame deve ser iniciado com os optotipos maiores, continuando a seqüência de leitura até onde a pessoa consiga enxergar sem dificuldade. Utilizar a mesma conduta para medir a acuidade visual do olho esquerdo.

Atenção especial deve ser dada à anotação dos dados. É muito comum a troca da anotação dos dados do olho direito com o olho esquerdo. Por isso, anotar sempre os resultados do olho direito, antes de iniciar o teste no olho esquerdo.

O profissional deve mostrar pelo menos dois optotipos de cada linha. Se o examinado tiver alguma dificuldade numa determinada linha, mostrar um número maior de sinais da mesma linha. Caso a dificuldade continue, voltar à linha anterior.
A acuidade visual registrada será o número decimal ao lado esquerdo da última linha em que a pessoa consiga enxergar mais da metade dos optotipos. Exemplo: numa linha com 6 optotipos, o examinado deverá enxergar no mínimo 4.

Todos os alunos que não atingirem 0,7 devem ser retestados. Valerá o resultado em que a medida da acuidade visual foi maior. É comum ocorrer erros na primeira medida.

Se a pessoa que estiver sendo examinada não conseguir identificar corretamente o optotipo maior, deverá ser anotado Acuidade Visual (AV) como menor que 0,1 (<0,1).

SINAIS E SINTOMAS A SEREM OBSERVADOS DURANTE A AVALIAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL

É importante observar e registrar se durante a medida da acuidade visual o examinado apre- senta algum sinal ou sintoma ocular, tais como:

• Lacrimejamento;

• Inclinação persistente de cabeça;

• Piscar contínuo dos olhos;

• Estrabismo (olho vesgo);

• Cefaléia (dor de cabeça);

• Testa franzida ou olhos semi-cerrados, entre outros.

Este sinal ou sintoma deverá ser anotado como observação na ficha de resultado da triagem que estará anexado como sugestão aos gestores.

Fonte: PROJETO OLHAR BRASIL