CRIANÇAS E O USO DAS TELAS

CRIANÇAS E O USO DAS TELAS

A pandemia COVID-19 amplificou o uso das telas. Ao quantificarmos o uso abusivo de celulares, videogame, tablets e/ou computador durante todo este longo período há uma clara consequência: pode levar à miopia acomodativa, ou seja, a dificuldade temporária de enxergar de longe. Ela tem a sua origem no excesso de esforço visual para perto. Existem músculos ciliares que permitem ao cristalino, ou seja, a lente interna do olho, mudar automaticamente o foco visual para perto, meia distância e para o longe.

O desenvolvimento visual ocorre nos primeiros anos de vida, e a visão, atinge a maturidade entre 5 e 6 anos de idade. Estima-se que 80% das crianças em idade escolar, aqui no Brasil, nunca fizeram exames oftalmológicos. A miopia é um problema que tende a progredir com o passar dos anos. Ela pode ter como consequência prejuízos no aprendizado ou falta de socialização da criança. Somado a isto, temos a chamada visão subcorrigida, isto é, quando a pessoa usa óculos incorretos, ou não os usa quando necessário.

ESFORÇO VISUAL NAS CRIANÇAS

Os alunos da Educação Básica, em razão do esforço visual requerido, podem manifestar distúrbios oculares, como dores de cabeça, tonturas, cansaço visual e olhos vermelhos. Esses sintomas ocorrem principalmente quando estão lendo, escrevendo, pintando ou desenhando com objetos próximos dos olhos. Problemas preexistentes, não identificados, e sem o devido tratamento, podem comprometer a efetividade do processo ensino/aprendizagem, levando-os ao desinteresse e, conseqüentemente, à evasão da escola.

Sabendo que os problemas de visão podem ser evitados ou amenizados com atendimento preventivo e/ou curativo, torna-se imprescindível que os educandos tenham acesso à consulta oftalmológica e aos meios de correção (óculos e outros). O resultado esperado está em elaborar condições adequadas para um desenvolvimento sócio-educacional melhor.

IMPACTO NOS FUTUROS IDOSOS

O impacto futuro destes problemas visuais, especialmente os relacionados à refração, são muito comuns/freqüentes na população com idade igual ou superior a 60 anos. Tais problemas, se não corrigidos, dificultam ou impedem o desenvolvimento das atividades cotidianas e aumentam os riscos de acidentes nessa população que, geralmente, apresenta fragilidades por outras questões como doenças crônico-degenerativas, limitações de mobilidade, entre outras. Portanto, com o avançar da idade é fundamental promover o acesso da população à correção dos problemas visuais, notadamente os de refração, com vistas ao envelhecimento ativo e saudável.

Neste sentido, o Projeto Olhar Brasil considera que professores e alfabetizadores, pela proximidade e contato permanente com os educandos em atividades que exigem o uso da visão, são sujeitos importantes no processo de identificação dos problemas visuais dos estudantes. Assim, propõe-se que professores e alfabetizadores realizem a triagem, encaminhando à consulta oftalmológica, quando necessário. Da mesma forma, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desenvolverão a triagem na população com idade igual ou acima de 60 anos, propiciando melhoria na qualidade de vida nessa faixa etária.


EDUCADOR E SEU IMPORTANTE PAPEL

Os educadores representam a chance de compreender o cenário atual. Isto se deve a proximidade e contato permanente com os educandos em atividades que exigem o uso da visão, e assim, são sujeitos importantes no processo de identificação dos problemas visuais dos estudantes. Assim, propõe-se que educadores realizem a triagem, encaminhando à consulta oftalmológica, quando necessário.